Pintas o sol da cor da terra mas não o meu corpo!
Ainda eu era pequena
mas recordo-me tão bem
de fazeres pinturas de sonhos
em certas noites serenas.
Pintavas a lua da cor do mar,
e fazias pinturas de guerra
que eu não sei apagar.
Assim era, até que um dia
por milagre ou por magia
com o vento tudo mudou.
A luz é simples
como um balão prateado
que sobe na direcção da lua.
O balão que viaja com os meus sonhos.
Quises-te pintar a lua na minha mão
e eu deixei
Quises-te pintar o sol da cor do mar
misturas-te o vento e a lama
as nuvens e a areia
a terra e o céu.
Por quantas provas terei eu que passar?
Enganar-me a mim? Nem vão sentido!
Pintas o sol da cor da terra mas não o meu corpo!
sinto-me: a recordar